O Último Azul: Um Filme Para Quem Acha Que a Vida Acaba Depois dos 60

Se você é do tipo que acha que a vida acaba depois que a aposentadoria chega, prepare-se para repensar tudo. Gabriel Mascaro, o diretor de “Boi Neon” e “Divino Amor”, nos presenteia com “O Último Azul”, um filme que é mais que um filme: é um soco no estômago do etarismo. A gente aqui vai fazer uma análise completa, sem enrolação, para te convencer a dar uma chance para essa obra-prima.


SINOPSE DE O ÚLTIMO AZUL: Uma Aventura Amazônica na Terceira Idade

A trama acompanha Tereza (Denise Weinberg), uma mulher de 77 anos que se recusa a ceder à política governamental que obriga idosos a viverem isolados. Sua jornada em busca de um último sonho – voar de avião – transforma-se numa metáfora poderosa sobre a resistência, a autodescoberta e a recusa à imposição de um destino pré-determinado. O filme é um road movie fluvial, que nos leva por rios sinuosos, que espelham a trajetória tortuosa de Tereza. É um coming of age na terceira idade, que nos mostra que a vida pode começar em qualquer momento.


REVIEW: Roteiro, Distopia e a Magia da Amazônia

O roteiro, inteligente e sensível, não se limita a apresentar uma aventura física, mas conduz o espectador a uma reflexão sobre a perda da autonomia e a importância da busca por significado na vida. O filme, que equilibra o realismo cru com elementos de fantasia e uma pitada de distopia, nos faz pensar sobre o que a sociedade espera dos idosos e como essa expectativa é limitadora. A Amazônia, mais que um cenário, torna-se personagem, com seus rios e florestas reforçando a crueza distópica proposta por Mascaro.

Apesar de alguns momentos em que a narrativa se torna um tanto densa, a beleza visual e a força da personagem principal compensam esses instantes. O filme é um mosaico de recursos artísticos e cinematográficos, com uma trilha sonora que nos arremessa em texturas sonoras vintage, oitentistas, e com a alternância da exuberância das cores das florestas e rios e camadas de desbotamento das partes parcamente construídas.


BASTIDORES PREMIADOS: De Berlim a Gramado, um Sucesso Internacional

“O Último Azul” já coleciona prêmios e aclamação da crítica especializada, desde o Urso de Prata em Berlim até o reconhecimento no Festival de Gramado. A trajetória de sucesso internacional do filme demonstra não apenas a qualidade da produção, mas também a capacidade de Mascaro de criar narrativas que transcendem fronteiras e tocam o público global. O nome de Rodrigo Santoro, que foi bastante associado ao filme, parece ter um papel menor, o que mostra que a força do filme está na sua narrativa e na atuação de sua protagonista.


ELENCO: Uma Interpretação Memorável

Denise Weinberg carrega o filme nas costas, com uma atuação precisa e contida, que transborda emoção sem recorrer a excessos. Sua Tereza é uma força da natureza, silenciosa mas imponente, desafiadora e resiliente. A construção da personagem, complexa e multifacetada, é um verdadeiro presente para a atriz, que a interpreta com maestria, dando vida a uma protagonista que certamente ficará marcada na memória do público.


 

VEREDITO FINAL: Um Filme Para Refletir e Se Encantar

Embora haja momentos em que a narrativa possa parecer um tanto lenta para alguns espectadores, “O Último Azul” é, sem dúvida, uma obra cinematográfica relevante e impactante. A beleza visual, a atuação memorável de Denise Weinberg e a discussão de temas importantes como o etarismo tornam este filme uma experiência cinematográfica que vale a pena ser vivida. É um filme que fica com você, incentivando a reflexão sobre a vida, os sonhos e a importância de valorizar cada instante, em qualquer fase da existência. Recomendamos.


TRAILER: Assista ao Trailer Oficial de “O Último Azul”

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