Desde 2013, Invocação do Mal assombra plateias ao redor do mundo e consolidou-se como uma das franquias de terror mais populares da atualidade. Agora, com Invocação do Mal 4: O Último Ritual, dirigido por Michael Chaves, o público se despede oficialmente das aventuras paranormais de Ed e Lorraine Warren. O longa chega com a promessa de ser a conclusão da saga principal, trazendo emoção, drama familiar e, claro, os sustos que já viraram marca registrada da série.
Ambientado em 1986, o filme aposta em uma trama que mistura casos sobrenaturais da vida real, entidades malignas, objetos amaldiçoados e, desta vez, um toque mais pessoal: a filha Judy Warren se torna peça-chave em um dos confrontos mais perigosos enfrentados pelo casal.
Sinopse
Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) estão oficialmente aposentados das investigações paranormais. Agora, preferem se dedicar à filha Judy (Mia Tomlinson) e à vida em família, longe dos terrores que marcaram seu passado. Mas quando uma família da Pensilvânia passa a sofrer com fenômenos inexplicáveis, os Warren decidem voltar à ação.
O que parecia mais um caso de assombração acaba revelando algo muito maior: os fenômenos estão diretamente ligados a Judy, transformando a missão em uma luta pessoal contra as forças do além. Entre espíritos vingativos, um espelho amaldiçoado e a volta de figuras conhecidas do Invocaverso, Ed e Lorraine precisam enfrentar não apenas o sobrenatural, mas também seus próprios medos de perder a filha.
Review
Michael Chaves retorna à franquia após A Ordem do Demônio (2021) e entrega um trabalho mais maduro. O filme consegue equilibrar bem o terror clássico de casa mal-assombrada com um drama familiar emocionante, fazendo com que o público se importe tanto com os personagens quanto com os sustos.
O roteiro, assinado por Ian Goldberg, Richard Naing e David Leslie Johnson-McGoldrick, dá mais peso emocional ao caso investigado, sem deixar de lado as tradicionais cenas perturbadoras. Há momentos em que o terror funciona de forma exemplar — vultos, objetos amaldiçoados, brincadeiras inocentes que se transformam em pesadelo —, mas também alguns sustos previsíveis que quebram o impacto, principalmente para quem já é veterano no gênero.
O grande diferencial é que O Último Ritual aposta na despedida emocional dos Warren. Mais do que monstros assustadores, é o vínculo familiar que comove. O clima final é mais melancólico e agridoce do que apavorante, e isso pode dividir os fãs: uns vão sair chorando, outros vão sentir falta da intensidade do primeiro filme.
Elenco
Patrick Wilson (Ed Warren): entrega novamente carisma e vulnerabilidade, equilibrando a figura do demonólogo com o pai protetor.
Vera Farmiga (Lorraine Warren): continua sendo o coração espiritual da franquia, com cenas que unem intensidade dramática e tensão sobrenatural.
Mia Tomlinson (Judy Warren): estreia como a versão mais adulta da filha dos Warren e se sai bem em cenas emocionais e de terror.
Ben Hardy (Tony): o namorado de Judy, que funciona como respiro cômico e humano em meio ao caos.
Família Smurl: vítimas dos fenômenos paranormais, representam a espinha dorsal da trama de assombração.
Participações especiais: a boneca Annabelle reaparece em uma sequência breve (e desconfortável) e há referências diretas a outros casos já mostrados no Invocaverso.
Veredicto
Invocação do Mal 4: O Último Ritual cumpre sua função como encerramento da saga dos Warren: entrega sustos eficientes, personagens envolventes e uma carga dramática que surpreende. Não é o mais criativo da franquia, especialmente no design das entidades, mas fecha o ciclo com dignidade.
Para os fãs, é uma despedida emocionante. Para os críticos, prova que o terror pode emocionar tanto quanto assustar. E para a Warner, ainda fica a porta aberta para derivados — afinal, ninguém acredita de verdade que o Invocaverso vai parar por aqui.