Heart Eyes: o filme que mistura Pânico com comédia romântica da Sessão da Tarde (e sobrevive para contar a piada)

O amor está no ar — e, neste caso, ele também está armado com uma faca e uma máscara de emoji. Heart Eyes, dirigido por Josh Ruben, é aquele tipo de ideia que parece saída de um brainstorm caótico: “E se a gente juntasse uma comédia romântica fofa com um slasher cheio de sangue?” O resultado é tão absurdo que funciona.

Afinal, quem nunca quis ver o clichê da corrida pelo amor verdadeiro terminar em um banho de sangue?


Qual é a história de Heart Eyes?

A trama segue Ally (Olivia Holt), publicitária cínica que acredita que o amor é só marketing barato, e Jay (Mason Gooding), novo contratado que é praticamente o cupido corporativo. Os dois se odeiam de cara — até perceberem que viraram alvo do serial killer mascarado conhecido como “Heart Eyes”, que caça casais apaixonados no Dia dos Namorados.

A única saída? Fingir que não são um casal. Ou seja: o típico inimigos-para-amantes… mas com risco real de acabar mortos.


Romance e terror de mãos dadas (com sangue escorrendo)

O charme do filme está em como ele esfaqueia — literalmente — todos os clichês de comédia romântica.

  • Montagem de troca de roupas? Tem, mas com cadáver no provador.

  • Melhor amiga engraçadinha? Presente, só que cercada de pistas falsas.

  • Cena corrida para impedir o desastre amoroso? Claro, só que aqui o desastre tem uma lâmina brilhando no fundo.

Essa costura de gêneros é sustentada pelo timing cômico de Holt e Gooding. Eles conseguem transformar farpas em flerte e tensão em química. O espectador ri, suspira e grita — às vezes, tudo ao mesmo tempo.


O assassino: fofura demoníaca em forma de emoji

Se no romance os protagonistas mandam bem, no terror é o vilão quem rouba a cena. A máscara amarelada com olhos de coração que brilham no escuro é a definição de pesadelo millennial: mistura de Tinder, emoji fofo e trauma de aplicativo de paquera.

As mortes, exageradas e criativas, beiram o cartunesco. É gore para rir, não para vomitar. E funciona, porque mantém o tom do filme entre o escrachado e o desconfortável.


Heart Eyes acerta (quase) o tom

O longa acerta na sátira das convenções. Mas, sim, às vezes o roteiro se apaixona demais pela própria “esperteza” e esquece de desenvolver mais a relação dos protagonistas. O meio da história dá uma leve patinada, como se não soubesse se quer ser mais Pânico ou mais 10 Coisas que Eu Odeio em Você.

Ainda assim, quando o filme abraça o ridículo, ele brilha. A graça não está na inovação, mas na mistura.


Quem vai amar e quem vai odiar Heart Eyes

  • Vai curtir:

    • Quem acha que Pânico precisava de mais romance.

    • Fãs de slashers que não levam a si mesmos a sério.

    • Quem já deu “match” errado no Tinder e sobreviveu para rir depois.

  • Vai odiar:

    • Quem não tolera humor autorreferente.

    • Quem queria terror realmente assustador.

    • Românticos incuráveis que se sentem ofendidos com piada sobre finais felizes.


O veredito

Heart Eyes pode não reinventar nem o terror nem a comédia romântica, mas a mistura é tão inusitada que arranca sorrisos e arrepios na mesma medida. É um slasher que não tem medo de ser ridículo, um romance que não tem medo de ser cruel — e, por isso, acaba sendo divertido.

Se você ama o Dia dos Namorados, vai rir.
Se você odeia o Dia dos Namorados, vai rir mais ainda.

E, sinceramente, esse já é o maior mérito da obra.

Acesse a AhShow para saber mais do filme, que está disponível no Paramount Plus.

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